A menção à campos de concentrações parece se referir apenas a uma parte deixada para trás de nossa história, mas a recente descoberta do caso divulgado pelo jornal russo “Novaya Gazeta” prova o contrário. O ano é 2017, localizado na Chechênia, campos de concentração foram criados para homossexuais, onde homens estão a ser torturados e mortos. De acordo com as publicações do Daily Mail e do jornal russo “Novaya Gazeta”, pelo menos cem homens já foram detidos e três deles foram mortos pelos policiais da Chechênia. No entanto, o número de mortes pode ser muito maior, segundo fontes locais, porque na Chechênia ainda vigora a cultura do “crime de honra”. O centro de detenção estaria localizado em um antigo campo militar na cidade de Argun. As ONG’s locais acusam que, muitos homossexuais depois de serem presos e torturados pelos policiais, são devolvidos às famílias para que estes os executem e assim “limpem” a imagem do país. E ainda, estas famílias acabam por vender seus bens para pagar o resgate do familiar preso. Testemunhas dizem que as torturas são feitas com corrente elétrica, agressões com bastões, canos de plástico e socos. Isto teria começado em fevereiro quando a polícia do país prendeu um homem e encontrou em seu celular fotos e vídeos homossexuais. A partir desse momento, começou a perseguição aos gays na Chechênia. Svetlana Zakharova, ativista da organização russa LGBT Network, cedeu entrevista ao Daily Mail: “Gays estão a ser detidos e estamos a tentar evacuá-los dos campos. Alguns até já deixaram a região. Quem escapou afirmou que chegou a estar em salas com mais 30 ou 30 pessoas. Eram torturados com choques elétricos e agredidos. Por vezes, até à morte". O Presidente da Chechênia, Ramzan Kadyrov, teria ordenado à criação dos campos de concentração, mas nega que o tenha feito. O porta-voz do Presidente, Alvi Karimov, responde à Interfax "Não se pode prender ou perseguir pessoas que não existem aqui, se tais pessoas existissem na Chechénia, as autoridades não teriam que se preocupar, porque as próprias famílias tratariam de os enviar para sítios de onde já não pudessem voltar". As autoridades políticas e as ONG’s de direitos humanos estão a exigir respostas após as denuncias. Uma das formas que foram desenvolvidas para que os cidadãos do mundo inteiro possam ajudar é através dos abaixo-assinados, entre eles o da Avaaz. Há poucos dias, no Brasil, saíram nos portais online duas notícias: panfletos homofóbicos contra casal em Curitiba e a proposta contra a diversidade do MEC. Todos os casos citados são negativos e representam um retrocesso para a comunidade LGBT. A Chechênia, uma das repúblicas da Federação Russa, é um país de extremo conservadorismo. Mas o que se alastra por vários países, nesse momento, é essa mesma onda conservadora. Letícia Lima
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