Todo estudante de jornalismo já se sentiu aflito ou perdido em relação a sua carreira, com várias dúvidas sobre o futuro. O Três Reflexos entrevistou duas queridas jornalistas que, com muito esforço, se tornaram referência na área e podem ajudar aqueles que se encontram nessa situação. Abigail Costa, de 53 anos, que começou sua carreira como repórter na Tv Cultura e Patrícia Paixão, de 41 anos, que atua como jornalista há 20 anos. Fonte: Google Imagens Logo de início toda faculdade ensina a fazer uma pauta, porém no momento da real elaboração pode ser mais complicado do que o explicado. Para Abigail, “ a pauta pode surgir na conversa com outras pessoas, na leitura do que acontece no seu entorno, na informação passada por alguma fonte, mas, principalmente, surge do nosso poder de observação”. Ou seja, é imprescindível que o aluno repare no o que está acontecendo ao seu redor, e mais, ela nos deu dicas preciosas: seja curioso sempre; Ouça o que o entrevistado tem a dizer; Fique atento ao que ele quer esconder; Coloque-se no lugar da pessoa que assiste à reportagem e sempre pergunte “por quê?”. Fonte: Entrevistada Abigail Costa O medo de se arriscar também deve ser combatido. Patrícia trabalhou na renomada Folha, porém optou por mudar de trabalho e teve que enfrentar as críticas das pessoas ao seu redor: “todo mundo começou a falar: 'você é louca, vai sair da Folha, é um lugar que te dá nome pro currículo' Mas eu sempre fui de me arriscar, de me atirar e aceitar novos desafios". Hoje, professora de jornalismo, ela afirma que nunca deixou de escrever para colunas e portais, mostrando que é possível se aventurar em diversas coisas, inclusive ao mesmo tempo. Há dois pontos cruciais para que a carreira dê certo. O primeiro é trabalhar duro, estagiando no máximo de lugares que conseguir, desse modo mostrará que tem experiência na área. De acordo com Paixão, o aluno precisa ser proativo e perseverante. Já Abigail assegura que o estudante precisa usar os meios de comunicação, serviços e ferramentas disponíveis, pois assim desenvolverá seu potencial. O segundo ponto é amar o jornalismo. “Todo mundo que ama o que faz, vence na vida. Uma pessoa que não tenha a ambição de mudar o mundo com a profissão dela, não dá certo. Tem que querer transformar as coisas erradas da nossa sociedade com o jornalismo”, diz Patrícia. Fonte: Entrevistada Patrícia Paixão Tenha em mente que experiências gratificantes e desastrosas ocorrerão. Abigail nos conta que teve ambas, mas uma em especial a marcou “o dia em que entrevistava pessoas na rua com uma pauta simples: O que você faria se ganhasse na loteria? Um dos entrevistados era um carroceiro que vivia em situação de rua, em São Paulo. Falou para mim dos seus sonhos. A imagem dele foi ao ar em rede nacional e a família que não o via há muitos anos, e morava em Belo Horizonte, o reconheceu. Aquela reportagem propiciou o reencontro de pai, irmão e filhos. Nenhum prêmio de loteria seria mais valoroso do que esse. " Por fim, Abigail garante que é preciso prestar atenção no português: “escreva e conserve o português da maneira mais qualificada e apropriada possíveis. Se você tratar a língua portuguesa com o apuro necessário, já estará fazendo um grande serviço a educação do seu país. Agora, isso não o exime de ter de buscar conhecimento mais aprofundado ao menos no inglês”.
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