A campanha #SobreMachismoNoAudiovisual convida mulheres da indústria para darem depoimentos sobre os casos de machismo sofridos no ambiente de trabalho. A página Sobre Elas é a responsável pela criação do projeto que foi lançado no final de outubro. Os dados da ANCINE revelam que 29 obras foram dirigidas exclusivamente por mulheres no ano de 2016. O número é baixo se considerar o cenário que entre 1970 e 2016, 98% das produções foram dirigidas por homens e que nenhuma mulher negra esteve à frente desses longas. O primeiro vídeo da campanha citada ajuda a dar voz sobre a situação das mulheres na área do audiovisual e convida a Cientista Política Marcia Rangel Candido para falar do assunto. A pesquisa divulgada por ela foi realizada pelo núcleo Gemaa (Grupo de Estudos Multidisciplinar da Ação Afirmativa) da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Até o momento já foram postados o total de 6 vídeos da campanha com os depoimentos da: diretora de Comunicação da INOVA Colab Morena Mariah; Diretora-Presidente da ANCINE Debora Ivanov; Antropóloga e Professora da FEBF/UERJ Ana Paula Alves Ribeiro; atriz e assistente de direção Ana Rios; Curadora e Crítica de Cinema Samantha Brasil. Letícia Lima
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A indústria hollywoodiana é o palco do mais recente escândalo que fere as mulheres. É um espaço historicamente marcado pelo machismo estrutural exercido pelos homens mais poderosos. Harvey Weinstein tem sido acusado de assédio sexual por diversas atrizes, modelos e empregadas que cruzaram seu caminho. As primeiras denúncias foram divulgadas pelo jornal The New York Times, depois dessa matéria, mais relatos foram publicados na internet. Entre as atrizes que denunciaram o abuso estão nomes como Ashley Judd, Jessica Barth, Rose McGowan, Florence Darel, Judith Godreche, Emma de Caunes, Alice Evans, Lupita Nyong’o, Angelina Jolie, Gwyneth Paltrow, Cara Delevingne e Lea Seydoux. O caso tomou grandes proporções em Hollywood com denúncias que pareciam não terminar. Weinstein se retirou temporariamente da presidência de sua empresa The Weinstein Company e foi expulso da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood (que entrega os prêmios Oscar). O produtor está, atualmente, em terapia. Com todo o escândalo que se formou, não apenas mulheres, mas os homens na indústria se pronunciaram. O diretor Quentin Tarantino que admitiu saber dos abusos sexuais cometidos por Harvey Weinstein e pediu desculpas. Outro caso foi o do ator Bem Affleck, protagonista de Argo, que disse no Twitter se sentir “triste e enojado”. Em resposta a sua declaração, a atriz da série Charmed, Rose McGowan afirma que o ator sabia dos abusos: “Que droga! Eu lhe disse que parasse de fazer isso”, você comentou na minha cara na coletiva de imprensa a que fui obrigada a ir depois do assédio. Você mentiu”. À face dessas recentes declarações fica a dúvida: quantas pessoas sabiam do assédio sexual que essas mulheres sofriam? E se sabiam, porque não se pronunciaram antes? Não fica difícil saber o porquê as vítimas não disseram nada, o medo de perderem suas carreiras existe ainda. Mas os outros envolvidos, os homens que sabiam, poderiam ter saído do silêncio para ajudar. São as mulheres que precisam percorrer um caminho mais longo para se consolidarem na indústria cinematográfica. O fato de que elas estão se apoiando e protegendo umas as outras contra qualquer tipo de assédio é um pequeno avanço para melhorar Hollywood. Até lá, o importante é não ficar calado. Letícia Lima Com pouco mais de 32 mil km², a Catalunha tem um tamanho parecido ao da Bélgica. O local possui um idioma próprio e mais de 7 milhões de habitantes, entre eles Gerard Piqué, zagueiro do Barcelona. A região atrai cerca de 22,5% do turismo espanhol, é responsável por um quinto do PIB do país e concentra inúmeros pintores renomados. A disputa que estamos acompanhando não é de tempos atuais, porém desde o século 15 quando a Espanha se tornou um país através da junção de vários reinos independentes, sendo um deles a Catalunha. Os catalães defendem desde então, que possuem uma história e cultura próprias, mas apenas no século 20 a luta pela recuperação de sua identidade voltou com força com conflitos para o fim da monarquia, pela total liberdade e pela queda do maior perseguidor de seus costumes, o General Franco. Graças ao fim do regime do General nos anos 70, o território recuperou suas diferenças e reafirmou questões administrativas como saúde, educação e segurança. Hoje, o movimento nacionalista quer independência mesmo com a forte pressão contrária de Madri. Uma das pautas é de que os catalães estão subsidiando áreas mais pobres da Espanha do que recebendo de volta, um ressentimento que vem desde 2010 após o Supremo Tribunal restringir o controle sobre suas finanças. Os eleitores da Catalunha tiveram de votar se eram à favor da independência do local. A Confederação Espanhola de Organizações Empresariais apelou para que as leis da Espanha e da UE sejam seguidas, expressando "profunda preocupação" com o impacto que o "referendo ilegal" pode ter sobre "a confiança dos empresários e investidores na Catalunha e no resto da Espanha". O partido de esquerda radical insiste que o líder catalão Carles Puigdemont, proclame a República o quanto antes, pois para eles, só assim a crise política se estabilizará. De acordo com o governo regional, 90% dos eleitores votaram “sim” à separação e, apesar da taxa de participação ter sido menor do que 50% devido à diversas causas, Puigdemont se comprometeu a aplicar o resultado. Fontes de Pesquisa: Estadão (Conselho da Europa Rejeita Mediação Internacional na Catalunha); Exame (O que acontece se a Catalunha se tornar independente da Espanha); O Globo (Saiba por quê Catalunha é estratégica para a Espanha).
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