Não é novidade a penosa realidade das classes mais baixas do Brasil. Também não é novo o pesadelo que alguns transexuais vivem. Hoje, o Três Reflexos traz uma dica que se mescla entre leitura e filme, fazendo com que essa difícil realidade que alguns enfrentam, seja explorada e refletida. No começo de 2015, o renomado Dr. Drauzio Varella assinou uma crônica publicada pelo jornal A Folha de São Paulo, que narra a trajetória de obstáculos de uma transexual, uma humilde profissional do sexo que vive na marginalização. “Quando voltou para casa às quatro da madrugada, Margô estava feliz como quase nunca. – Eu devia ter desconfiado. Felicidade, assim, na minha vida? Nascida na periferia de Feira de Santana, havia experimentado com a mãe e os quatro irmãos as agruras da penúria, desde que o pai decidiu tentar a sorte em Serra Pelada e, sabe lá, em quantos garimpos do Norte.” Cheia de incertezas, a personagem principal do texto, Margô, desde sua infância passou por enormes dificuldades, mas decide mudar seu estilo de vida, afastando as drogas e a criminalidade de sua rotina. Após o escrito, Margô ganhou um roteiro de cinema e ganhou o nome de “A Felicidade de Margô”. O filme foi escrito pelo Programa da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que tem a missão de estimular o intercâmbio cultural. Maria Clara Spinelli é quem interpreta a nossa personagem principal. Ela foi escolhida por ser transexual e porque suas histórias ajudaram na construção da vida de Margô. Além do Brasil, o filme foi lançado simultaneamente em diversos outros países, como Angola, Cabo Verde, Moçambique, Portugal, entre outros. Graças ao desempenho, “A Felicidade de Margô” foi vencedora de edital FICTV, no âmbito do Programa CPLP Audiovisual no Polo do Brasil.
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